quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A palavra de ordem do dia é greve!

     
       Beto Richa tem "deitado e rolado" na sua segunda passagem de (anti) gestão do Estado. Não vou enumerar aqui os últimos malefícios, já que a simples definição "pacotaço" explica muita coisa. Nem vou ficar apontando: "viu, quem mandou você votar no Richa?". Acredito que não é hora pra isso. A minguada, porém raivosa, oposição do PT na ALEP já fala de impeachment do atual (des) governador. Protocolou-se a abertura de uma CPI para investigar os rombos bilionários nos cofres públicos. Diante de tamanho descaso com o todo o funcionalismo, especialmente professores e, especialmente professores PSS, as ruas nos chamam novamente. Nada mais hipócrita do que a base paranense do PT pedir impeachment do Richa, quando ano passado acusou de anti-democráticos todos os que pediram o da Dilma. Coerência, a gente vê por aqui. Não precisamos esperar que a violência se escancare ainda mais para movimentarmos nossos pés. Nossa luta não pode ocorrer apenas no campo da burocracia, dos abaixo-assinados, das denúncias nas redes sociais e da formação do consenso da maioria. Nossa luta precisa voltar a ter como espaço de protagonismo as ruas. Na última manifestação em frente a Secretaria da Fazenda, ouvi de uma antiga e respeitada sindicalista que naquele mesmo espaço ela apanhou da polícia a 20 anos atrás. Engraçado, por que essa mesma pessoa foi uma das protagonistas da "volta a sala e implantação de estado de greve", no ano passado, quando uma poderosa marcha escancarou aos inimigos dos trabalhadores a força da categoria.
       
      Mas, agora, com a batata queimando, parece ser unicidade a iminência da greve. A adesão da maioria dos professores vai ocorrer na próxima Assembleia, em Guarapuava, no sábado (07). Se a APP-sindicato abortar essa greve, a categoria precisa se impôr à revelia da liderança pelega. Não vejo outra saída para a situação a não ser greve por tempo indeterminado. Agora uma pergunta não quer calar: qual será o alcance dessa greve? Richa, playboy de prédio, não vai querer macular ainda mais a carreira que, mafiosamente, tem construído. Ele quer voar alto dentro das fileiras do partido. Por isso, vai apresentar um pacote mínimo para o funcionalismo. Nessa hora é preciso apertar o cinto e dizer não. Em outras palavras: QUEREMOS NOSSOS DIREITOS NOVAMENTE e QUEREMOS MAIS DIREITOS, ou a greve continua. Terá, nosso histórico sindicato culhões para isso? Ou nos contentaremos com as migalhas jogadas? Dia 07 será decisivo sim! A palavra de ordem do dia é greve. Qualquer outra posição, na atual conjuntura, representa retrocesso.

      

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O que o (des) governo Dilma e Richa tem em comum?

      















      Tudo. Exatamente. Os últimos 4 anos de Dilma Rousseff na presidência acelerou aquilo que inúmeros intelectuais de esquerda já haviam apontado a muito tempo: a falência das políticas e da administração petista. Os 8 anos de Lula não escapam dessa definição. Ele deve dar graças ao bom momento vivido pela economia nacional entre 2002 e 2010, num contexto de retração dos mercados internacionais. Parcelas consideráveis de trabalhadores, inclusive eu, navegou tranquilamente na esperança de tempos melhores. Ao fim e ao cabo, as recentes atitudes da chefe da nação escancaram o caráter de classe do lulo-petismo. Não adianta de nada vir contestar que o PT estimulou o PROUNI, o Minha Casa Minha Vida, o PRONATEC, etc, etc, etc. Se fossemos discutir a dinâmica de cada um desses programas ao máximo veremos o que eles representam aos grandes monopólios brasileiros (bancos, empreiteras, conglomerados econômicos). No campo da educação, por exemplo, grandes conglomerados como a Estácio, a Kroton e outras mega empresas já sentiram o despencar das ações, fruto das recentes medidas do governo em relação ao FIES. A palavra mais comentada na última campanha de Dilma foi PRONATEC. Afinal, na perspectiva dos trabalhadores, isso talvez tenha sido a única coisa boa do PT. 
     
       Como um governo que se auto denomina progressista consegue atuar tendo como aliados o PMDB, Kátia Abreu, Joaquim Levy, Calheiros e, graças a Deus o já aposentado e defensor da ditadura José Sarney? As recentes medidas de austeridade e ajuste fiscal do "coração valente", tem ameaçado o verdadeiro CORAÇÃO VALENTE: o coração do trabalhador. Não será de estranhar se daqui a algum tempo aumentar os indíces de infarto. Não tem como aguentar as altas de preços, a elevação da taxa tributária, o peleguismo da CUT, etc. O (des) governo do PT é de direita. Nem de centro, nem de esquerda. No começo de 2011 ou final de 2010, não me recordo, fui num evento com o grande Plinio de Arruda Sampaio em que ele afirmava: o PT traz em seu bojo uma política de direita. Em pleno processo de aquecimento do mercado interno a base de empréstimos e juros, com uma euforia interna medonha, parecia desconjuntural tal afirmação. Hoje percebemos como ela faz todo sentido.

      Se no plano nacional, temos acompanhado com pesar tais infortúnios, aqui no estado do Paraná temos presenciado um massacre direto do (des) governo do PSDB. Richa tem tomado medidas que já imaginávamos: enxugamento da máquina e culpabilização da União. Ele vive falando que não recebe repasses do governo federal. Nada mais tosco quando sabemos que isso é determinado por Lei e seu descumprimento acarreta severos problemas. Richa vai privatizar meio mundo, assim como Dilma vem fazendo, As richas internas entre PT e PSDB, aos olhos do agudo cientista, não ocultam o que eles tem em comum dentro da dinâmica da economia neoliberal. O abuso escancarado nos serviços públicos, o não pagamento dos trabalhadores da educação, o aumento das tarifas de transporte tem caracterizado um governo centralizador e autoritário. No que tange a educação vale destacar o peleguismo da APP-Sindicato em nível regional, muito semelhante a sua irmã siamesa, a CUT. Já indiquei em outros textos, como nosso sindicato gosta de visitara ALEP, mas é pouco frequentador das ruas. Nosso sindicato HOJE, tem medo das ruas. Abortou uma greve poderosa ano passado e hoje amarga o rancor da categoria.

       Sem papas na língua: PT e PSDB representam duas caras de uma mesma moeda. O presidencialismo de coalizão já uniu esses partidos em vários estados da Federação. Não adianta ficar fazendo campanha pro PT aqui no estado, tendo como justificativa "dos males, o menor". Esse mesmo slogan foi utilizado no embate Neves/Dilma. Basta analisar os primeiros suspiros do segundo mandato de Dilma para entender bem o retrocesso de tal afirmação. Nosso lugar precisa ser o da oposição. Veja na Grécia e Espanha. A classe trabalhadora está nas ruas e conquistou uma vitória importante com o Syriza. 

         Quer fazer a crítica ao Richa? Não esqueça da Dilma...